Focando em artigos que buscam inserir o Direito à Cidade e o Direito à Favela no debate público e nas agendas políticas, a série Direito à Moradia vem estimulando, mobilizando e divulgando modelos não-tradicionais de acesso à moradia adequada, voltados à garantia de permanência nos territórios, sem deixar divulgar ameaças de remoções e o racismo ambiental. Promovendo a consolidação e o aprimoramento das infraestruturas nas favelas a partir de um planejamento urbano sustentável e participativo, a série visa estimular o compartilhamento e a reprodução de soluções locais que tenham o potencial de barrar processos de remoção e gentrificação.
A série Direito à Moradia faz parte do projeto “Realizando o Direito à Favela Através da Comunicação Comunitária e Popular”. O Direito à Moradia é um dos quatro elementos críticos para realizar o direito à favela na visão do projeto. Os outros são: justiça climática, democracia e direitos humanos.
Em 2022, a Providência comemorou 125 anos de existência e continua sendo um símbolo importante na história das favelas. No sábado, 26 de novembro, o projeto Galeria Providência, organizou um café da manhã para comemorar o 125° aniversário da primeira favela, originalmente o Morro da Favela, hoje Morro da Providência. O projeto trabalha com intervenções artísticas na comunidade, promovendo a ativação cultural no território a partir da pintura de murais de arte urbana e de ações de impacto local.
No dia 24 de outubro de 2022, jovens do Colégio Estadual Almirante Tamandaré reuniram-se para assistir aos relatos de antigos moradores que lutaram contra as remoções do Vidigal na Ditadura Militar (1964-1985). Há 45 anos, em plena ditadura, moradores foram surpreendidos com uma marcação nas suas portas indicando que suas casas seriam removidas, supostamente devido à iminência de deslizamentos da encosta. Porém, a Associação dos Moradores da Vila do Vidigal conseguiu resistir e impediu as remoções através da justiça.
Há 45 anos, o Vidigal resistiu em plena ditadura militar. Apesar da insistente narrativa de tantas figuras políticas que têm a favela como território de bandidos, o Vidigal se configura como um lugar de potências, cidadãos que tradicionalmente elegem candidaturas implicadas com a classe trabalhadora. Tem a resistência como marca e a democracia como bandeira. É preciso preservar e difundir essa memória para que o presente tenha ferramentas de elaboração do futuro. Ainda é preciso resistir!